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Santíssima Trindade

A Santíssima Trindade. Certa vez, São Tomás de Villanova proferiu uma homilia diante do rei Felipe II. Ele dizia: O profeta Ezequiel (Ez 47) foi guiado por um anjo através de um grande rio que saía do templo. Avançou quinhentos metros e a água chegava aos pés. Avançou mais quinhentos metros e a água chegava aos joelhos. Continuou mais quinhentos e chegava até a cintura. Porém, não pode ir mais a frente, pois estava muito fundo e a correnteza era forte demais. Este rio que sai do templo é a doutrina sagrada emanada do Senhor, e que contém verdades facilmente acessíveis sobre a virtude e os costumes, os vícios e os pecados.

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Encontramos outras mais profundas, como a criação e providência divina, outras ainda mais profundas como a redenção, suas figuras e profecias, até chegar, por fim, àquelas sublimes profundidades do mistério de hoje onde se afoga todo entendimento. Estamos no seio de um mar imenso, o mistério da Santíssima Trindade.

Dificuldades do conhecimento de Deus 

Desde o princípio do mundo o homem tem desejo de conhecer seu criador. Se um quadro notabilíssimo pudesse pensar, não desejaria assim conhecer o artista que o pintara? E quanto mais desejaria conhecer se ele fosse um auto-retrato do pintor! Senhor, tu te pintaste em minha alma e puseste ante meus olhos todas as tuas obras materiais e, mesmo assim, te escondeste a tu mesmo. Onde te buscarei?

Algumas verdades podem ser conhecidas pelo homem porque são fáceis, porém, outras lhe escapam ao entendimento humano. Que Deus é Deus e não recebeu seu ser de ninguém, é evidente, os céus e a terra proclamam esta verdade.

Porém, conhecer sua natureza, sua essência e seus atributos, são questões profundas, secretas aos olhos mortais. 

A revelação facilitou o conhecimento de Deus

Os judeus de fato conheceram este mistério muito pouco a pouco. Os patriarcas o ignoravam. Davi saltava de alegria por haver conhecido os segredos da sabedoria de Deus (Sl 50,8). Este é o único conhecimento útil, porque é ele que nos leva a vida eterna (Jo 17,3)

As demais ciências não podem salvar, a FÉ sim.  A fé necessita de um fundamento muito sólido, porque não há virtude, nem mesmo os jejuns e penitências, que podem ser comparados a ela em sua dificuldade. Para estas virtudes basta o desejo de perfeição.

Ao contrário, para humilhar nosso entendimento basta aceitar coisas que quase causam repugnância como um Deus Trino e uno e um Deus crucificado, e aceitá-las com tal firmeza que se está disposto a morrer por ela.

Os testemunhos desta fé são três divinos e três terrenos

Os divinos:

  1. O Pai – é testemunha no batismo do Senhor, no Tabor e no Templo (Mt 3,17; Jo 12,28).
  2. O Filho – é testemunha com suas próprias obras, as que ele mesmo recorria (ibid, 46)
  3. O Espírito Santo – é testemunha no Jordão, no dia de Pentecostes e por meio dos Apóstolos.

Os Terrenos:

  1. O Sangue – dos mártires, mais eloquente que os discursos. O sangue dos apóstolos, confirmando com ele a veracidade de seu testemunho.
  2. A Água – É o batismo que nos primeiros tempos produzia efeitos visíveis que contribuíram para a conversão de muitos e entender assim a fé da Igreja.
  3. O Espírito – Testemunho de doçura e inspiração de algumas almas privilegiadas. Testemunho de paz e boa consciência, ao alcance de todos.

A Revelação do mistério no Novo Testamento 

Frei Luis de Granada ensina que este artigo de fé da Santíssima Trindade foi necessário declarar-se mais distintamente no Novo Testamento que no Antigo, devido o mistério da encarnação, no qual confessamos o Filho de Deus haver-se encarnado pela ação do Espírito Santo.

No antigo testamento não era necessário, e corria-se o perigo que aquela gente rude, não entendendo a grandeza deste mistério, acreditasse que havia uma grande quantidade de deuses e caísse na idolatria, a qual era tal propenso.

O santo também nos dá algumas imagens deste grande mistério.

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Salomão

Tomemos um homem avantajado em sabedoria, como foi Salomão. Coloquemos este homem considerando-se a si mesmo com todas as excelências que recebeu de Deus e, considerando isso, produz em seu entendimento um Salomão inteligível, que é um conceito e uma imagem que representa o que há em Salomão. E como esta perfeição assim representada seja tão excelente, segue-se logo amor de coisa digna de ser amada.

Temos três coisas: Um Salomão que conhece sua perfeição, o conceito que dentro de seu entendimento forma desta perfeição e o amor que deste conceito procede.

As potências da Alma

Outra comparação que pode ser feita é de nossa alma com suas potências, memória, entendimento e vontade.

A MEMÓRIA, é o depósito de todas as ciências, aplicamos ao Pai, em quem estão todas as riquezas da divindade (Col 2,3).

O ENTENDIMENTO aplicamos ao Filho, no qual, como dissemos é produzido pelo entendimento do Pai.

E a VONTADE, que é a potência com que amamos, aplicamos ao Espírito Santo, que procede da vontade do Pai e do Filho juntamente. Estas três potências da alma não são três almas, mas uma só.

O Sol, a luz e o calor

No Sol há três coisas, o Sol, a Luz que nasce dele e o Calor que procede de ambos. Dai também é de notar que, assim como o Sol, sem jamais cessar de produzir a luz, e com esta produzir o calor, assim o Pai Eterno sempre está produzindo a luz eterna de seu Filho e ambos juntos o Espírito Santo.

E assim como, se o Sol fosse eterno, juntamente fosse eterna a luz que dele procede, e o calor de ambos, assim também, o Pai é eterno, assim o Filho e o Espírito Santo eternos. De modo que aqui não há primeiro nem seguinte, mas todas as pessoas divinas abraçam uma mesma eternidade.

 Êxtase no Locutório

São João da Cruz sentia especial predileção pelo mistério da Santíssima Trindade. Quando lhe perguntaram por que tinha o santo tão grande devoção ele respondeu: “porque é o maior santo do céu”.

Em 1573, no dia da Santíssima Trindade, encontravam-se em Ávila Santa Tereza e São João da Cruz. Em um dos locutórios do convento da Encarnação (até hoje pode ser visto o seu piso de ladrilho vermelho escuro, paredes engessadas, teto de madeira) rezavam de joelhos os dois santos. Dentro, Santa Tereza e fora, São João.

O grande teólogo de Salamanca falava a Madre sobre este divino mistério, de repente cala-se e como movido por um impulso irresistível se põem de pé e começa a elevar-se, agarra-se a cadeira e carrega-a atrás de si pelos ares até o teto. Madre Tereza pergunta ao santo se aquele movimento brusco havia sido coisa de oração. O frade responde com simplicidade: “Creio que sim”.

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Palavras de Santa Elisabeth da Trindade

“Estou lendo estes dias as formosas páginas em que nosso Pai São João da Cruz fala da transformação da alma nas três divinas Pessoas. A Que abismo de glória estamos chamados! Ah! Já compreendo os grandes silêncios e o profundo recolhimento dos santos, que não aceitavam sair de sua contemplação; por isso, Deus Nosso Senhor podia conduzi-los aos cumes divinos, onde se consuma a união entre Ele e a alma que chegou a ser sua esposa mística. E pensar que Deus, por nossa mesma vocação, nos leva a viver nessas claridades! Inegavelmente, que adorável mistério de caridade!

Quisera eu corresponder passando sobre a terra, como a Santíssima Vigem, ‘guardando com cuidado todas essas coisas em meu coração’ encerrando-me assim no mais íntimo da alma, até chegar a perder-me e transformar-me na Trindade, que nela mora. Então se verificará meu lema, ‘meu luminoso ideal’, como você o chama, e seria realmente Elisabeth da Trindade.”


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