fbpx
Sua Doação | PIX | Boleto | Carnê Digital

Solenidade de Cristo Rei

Ao término de cada ciclo litúrgico, a Igreja celebra a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, uma das mais belas festas de seu calendário. Torrentes de graças nos são concedidas nessa comemoração, compenetrando-nos de nossa nobreza enquanto filhos de Deus pelo Batismo: “Ele tira o pobre do monturo, para […] fazê-lo sentar junto dos grandes de seu povo” (Sl 112, 7-8). Todos nós, nascidos no lixo do pecado original, somos elevados à categoria de príncipes pela graça, pois o Sangue do próprio Rei se derrama em nosso favor tornando-nos irmãos seus, membros da família divina.

Comove-nos pensar que o Filho Unigênito do Pai, Rei desde toda a eternidade pela natureza divina, na Encarnação também tornou-Se Rei enquanto Homem, descendo dos páramos celestes para procurar as ovelhas dispersas “e tomar conta delas” (Ez 34, 11), como retrata a pungente profecia de Ezequiel recolhida na primeira leitura. Trata-se de uma imagem simbólica do extraordinário cuidado do Bom Pastor com as almas, falando à consciência dos que caem no lodo do pecado, movendo-os ao arrependimento e carregando-os nos ombros de volta ao rebanho. O Salmo Responsorial retoma essa figura e a sublima: “O Senhor é o Pastor que me conduz, não me falta coisa alguma” (Sl 22, 1).

Receba em sua casa o Terço de Nossa Senhora Aparecida! Clique aqui.

A Nosso Senhor cabe ainda o título de Rei por direito de conquista pois, ao redimir a humanidade pela Paixão e Morte na Cruz, libertou-a do jugo do demônio, que a escravizava desde a falta de Adão. E, por sua Ressurreição gloriosa, Ele triunfou sobre a morte, “o último inimigo a ser destruído” (I Cor 15, 26), como afirma São Paulo na segunda leitura. O Redentor é, portanto, Rei de todos os homens, inclusive dos que O rejeitam e se precipitam no inferno. Embora estes não tenham a Cristo como Cabeça, por não pertencerem a seu Corpo Místico, Ele os julgará no fim do mundo.

Após o Juízo, “quando todas as coisas estiverem submetidas a Ele, então o próprio Filho Se submeterá Àquele que Lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos” (I Cor 15, 28), prossegue o Apóstolo. Nesse momento de plenitude de sua realeza, Jesus, Filho fidelíssimo, tendo extirpado o domínio de Satanás no universo, dirá ao Pai: “Eis o poder que conquistei. Eu o entrego a Vós, e ponho novamente em vossas mãos a obra da criação restaurada”.

Esse maravilhoso panorama teológico se completa com as palavras de Nosso Senhor no Evangelho, as quais descrevem de maneira detalhada e abrangente o grande acontecimento que encerrará a História e separará definitivamente bons e maus.

O Segredo da Realeza de Cristo

Repleta de princípios e revelações magníficas, a Liturgia desta Solenidade nos leva a contemplar o desvelo da Providência pela humanidade ao longo da História. Ao ver o estado de miséria em que se encontravam os descendentes de Adão, o Filho Unigênito Se encarnou e por seus sofrimentos e Morte na Cruz tornou-Se efetivamente Rei. Contudo, tendo grande parte dos homens rejeitado seu Sangue Preciosíssimo, a situação atual do mundo é muito mais grave do que então.

Ora, desde toda a eternidade o Altíssimo viu a ingratidão de seus filhos e conheceu a fundo a debilidade das gerações que se sucederiam, mas nem por isso diminuiu as mostras de seu amor. Portanto, a própria Encarnação e Redenção nos permitem esperar que uma vez mais Ele intervirá, e com ainda maior eficácia.

Surge, porém, uma inevitável pergunta: que outra solução haverá depois de o Verbo Divino Se fazer carne e habitar entre nós?

Receba em sua casa o Terço de Nossa Senhora Aparecida! Clique aqui.

A Santíssima Trindade guarda um extraordinário Segredo, cuja revelação manifestará ao mundo a máxima realeza de Nosso Senhor nesta terra, como prenúncio da glória que Ele terá no Juízo Universal. Trata-se do Segredo de Cristo Rei ou Segredo de Maria, conforme discerniu São Luís Grignion de Montfort:

“Feliz, mil vezes feliz a alma, aqui embaixo, à qual o Espírito Santo revela o Segredo de Maria, para conhecê-Lo; e à qual Ele abre esse jardim fechado, para aí penetrar; esta fonte selada, para dela tirar e beber a grandes sorvos a água viva da graça! Esta alma encontrará somente Deus, sem criatura, nesta admirável criatura; mas Deus ao mesmo tempo infinitamente santo e elevado, infinitamente condescendente e proporcionado à fraqueza dela. Uma vez que Deus está em toda parte, pode-se achá-Lo em toda parte, mesmo no inferno; contudo, não há lugar algum onde a criatura O encontre mais próximo de si e mais proporcionado à sua fraqueza do que em Maria, pois foi para isso que Ele aí desceu”.1

Se a humanidade nunca antes atingiu os extremos de debilidade e miséria a que chegou em nossos dias, a misericórdia que Deus lhe reserva é incalculável, impensável pelos Anjos e menos ainda pelos homens! Essa clemência divina descerá sobre as almas através de Nossa Senhora com superabundância e eficácia inéditas, inaugurando uma nova fase histórica, em que o Reino de Cristo se estabelecerá no mundo por meio do Sapiencial e Imaculado Coração de Maria.

A ­Solenidade de Nosso ­Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, instituída pelo Papa Pio XI há quase um século, só será verdadeiramente compreendida nessa era marial vindoura. Peçamos, porém, que Ele reine desde já em nossos corações, mantendo sempre acesa a certeza de sua intervenção na História, a qual marcará o futuro e a eternidade com o brado triunfante de Cristo Rei: “Confiança, Eu venci o mundo! Confiança, Eu fundei o Reino de Maria, minha Mãe!”


Ajude-nos a continuar nosso trabalho de evangelização da família brasileira!